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Unidade II
5 Qualidade em saúde
Nesta unidade, analisaremos os métodos e instrumentos de avaliação da qualidade em saúde. Durante anos, muitos profissionais da saúde não acreditavam ser possível medir a qualidade da saúde, uma vez que esta é determinada por uma complexa inter‑relação de fatores. No entanto, a medicina “a qualquer custo” revelou‑se impraticável, na medida em que os sistemas de pagamentos dos serviços de saúde (governo, convênios) passaram a limitar os recursos financeiros.
Assim, a necessidade de gerenciar custos impulsionou uma mudança no paradigma e na dinâmica de trabalho dos profissionais de saúde, o que significou redefinir métodos, criar protocolos e avaliar o grau de qualidade da assistência prestada. Dessa forma, as organizações de saúde buscaram inserir o processo de controle da qualidade, usando o conhecimento advindo da indústria, no qual a qualidade do produto é imprescindível para a sobrevivência em um mercado competitivo. Esse processo iniciou‑se primeiro nos Estados Unidos e, posteriormente, chegou ao Brasil, onde desencadeou gigantescas alterações nas organizações de saúde, públicas e privadas. Avadis Donabeddian, um pediatra armênio radicado nos EUA, foi precursor na criação de um método para avaliar a qualidade.
Nessa abordagem, a qualidade em saúde deve ser considerada em três aspectos: estrutura (recursos), processo (procedimentos, atividades) e resultados (impacto na saúde).
Desde então, as metodologias de avaliação de qualidade evoluíram significativamente. Ferramentas estatísticas e metodológicas tornaram possível medir, comparar e discriminar os fatores e desvendar a complexa teia que envolve a assistência à saúde. Atualmente, podemos contar com diferentes metodologias de avaliação, dentro e fora da organização de saúde. A perspectiva do cliente e, em alguns casos, dos profissionais de saúde foi incorporada no processo.
Assim, nesta