Como o estruturalismo justifica a linguística como ciência?
O mais nítido e mais importante exemplo do estruturalismo da Escola de Praga encontra-se na fonética (estudo dos fonemas). Em vez de simplesmente compilar uma lista dos sons que ocorrem num idioma, a Escola de Praga procurou examinar como elas se relacionavam. Determinaram que o catálogo de sons em um idioma poderia ser analisado em termos de uma série de contrastes.
Por exemplo, em inglês as palavras 'pat' e 'bat' são diferenciadas devido ao contraste de sons do /p/ e do /b/. A diferença entre eles é que as cordas vocais vibram enquanto se diz um /b/ e não vibram quando se diz um /p/. Também no inglês existe um contraste entre consoantes pronunciadas e não-pronunciadas. Analisar sons em termos de características contrastantes também abre um espaço comparativo - deixa claro, por exemplo, que a dificuldade que falantes japoneses têm em diferenciar o /r/ do /l/ no inglês deve-se ao fato de esses dois sons não serem contrastantes em japonês. Enquanto essa abordagem é agora padrão em linguística, foi revolucionária na época. A fonologia viria a tornar-se a base paradigmática para o estruturalismo num diferente número de formas.
Levi Strauss
o termo estruturalismo tem origem no Cours de linguistique générale de Ferdinand de Saussure (1916), que se propunha a abordar qualquer língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de relações forma a estrutura.
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