estudos linguisticos
Para abordarmos os conceitos de sujeito, discurso e representação, sob a perspectiva da Análise do Discurso, é imprescindível uma breve apresentação do cenário linguístico até o século XX, quando despontou a teoria analítica de linha francesa. Entretanto, é preciso mencionar que não há a pretensão de tratar da totalidade de estudos do discurso, uma vez que o arcabouço teórico que orienta esta pesquisa é Análise do discurso de linha francesa, o que justifica o enfoque ao seu desenvolvimento no item 1.2, bem como o tratamento, a organização metodológica em que algumas correntes teóricas serão expostas a seguir.
A partir dos estudos filosóficos, surgiu a necessidade de ampliação dos campos de conhecimento linguístico, tal como ocorreu com a filologia dos alexandrinos, que tinha por objetivo elucidar textos e, para isso, precisava estudar morfologia, sintaxe e fonética. Nessa área de pesquisa também ganhou destaque Franz Bopp, que, durante o estudo do sânscrito, observou a similaridade entre a flexão de alguns verbos do latim e a do grego e persa, bem como entre a língua germânica e o sânscrito, o que o motivou a pensar nessa língua antiga da Índia como uma possível base das línguas naturais, com as quais mostrava certa semelhança na parte morfológica. Desse modo, esse pesquisador comparatista, por volta de 1850, levou outros a conceberem a língua como um sistema e objeto de estudo científico (CARVALHO, 2008). Mas foi somente com os estudos de Saussure, postumamente publicados no Curso de linguística geral, em 1916, que se instituiu a linguística como ciência voltada para a língua. Essa publicação póstuma das aulas ministradas pelo mestre genebrino só foi possível graça às anotações de seus dois alunos: Charles Bally e Albert Sechehaye, com o auxílio de Albert Riedlinger, que apresentaram, como resultado final, uma obra inacabada, possibilitando a identificação e posterior exposição de determinadas lacunas na