COMO A COMPLEXIDADE NOS AJUDA EM SITUAÇÕES DE CRISE
Era uma terça-feira, noite de inverno e jantávamos emudecidos. Após alguns meses de planejamento, cifras milionárias investidas, a apresentação de um novo produto aos clientes tinha sido um fracasso. Mais de 300 pessoas presentes naquela noite em Ribeirão Preto presenciaram uma frustrante e exaustiva apresentação, de apresentadores claramente pouco preparados e desconectados.
Apresentaríamos um novo produto em 20 das principais cidades industriais do país, a começar por Ribeirão Preto, para centenas de clientes, em salas de cinema.
Apresentar produtos era nossa especialidade. Já tínhamos feito isso várias vezes em anos anteriores, mas nunca com aquela dimensão (centenas de pessoas) e ambiente (salas de cinema).
Primeiro erro: classificamos o problema como complicado, quando era na verdade complexo. As interações, a logística, seriam totalmente diferentes.
Segundo erro: fechamos o foco, apontando os apresentadores daquela noite como os culpados pelo insucesso.
Ainda teríamos mais 19 apresentações, a próxima dois dias depois, na quinta-feira, que seria especial: a presença dos mais importantes clientes e diretores em Campinas nos pressionava. No dia seguinte, congelados pela frustração recente, chega a nós a informação que a noticia do fracasso se espalhara.
O problema evolui para caótico. A pressão era sentida por todos.
A única decisão que tínhamos tomado era de alterar os apresentadores. Instintivamente, aquela não parecia a solução. “O que fazer?” já era uma pergunta sem resposta.
Devíamos nos perguntar: por que fazer? E assim, subindo um degrau na Escada do Conhecimento, estaríamos muito mais próximos da solução daquele problema.
Foi então que meditando, cheguei a uma possível solução. Reuni os três lideres e apresentei a ideia. Não houve concordância. Horas de debate se seguiram.
A situação se provou mais uma vez caótica. Àquela época, caso possuíssemos os conhecimentos