Geografia
Torna-se então óbvio que quanto maior for o período de desemprego mais susceptível o individuo está de sucumbir à pobreza ou à exclusão social. Por outro lado, um indivíduo que tem um emprego não está necessariamente salvo da exclusão social ou da pobreza.
Tomemos como exemplo as inúmeras pessoas que possuem profissões com salários baixos. Estas, mesmo tendo emprego, estão vulneráveis à ameaça da exclusão social. Este tipo de factos aponta para o carácter dinâmico deste tipo de questões, como também para a sua complexidade.
Outra questão que vale a pena abordar é o facto de o emprego não ser apenas uma fonte de rendimento. É também “um garante de estatuto social ou um promotor das redes de socialização”. Então os indivíduos não trabalham apenas para obterem o seu sustento, mas trabalham também para estabelecerem laços sociais, para urdirem ligações com as pessoas que os rodeiam
“O mercado de trabalho individualiza-se e perdem-se os espaços de socialização e identificação baseados no trabalho” , podemos ver agora a maneira como isto se relaciona com a exclusão social. Aliás, podemos até dizer que as mudanças no mercado de trabalho desempenham um papel importantíssimo na propagação do fenómeno multidimensional que é a exclusão social. Trata-se de uma desvinculação dos laços sociais. Exactamente por o emprego não ser apenas uma fonte de subsistência é que podemos dizer que a substituição do rendimento se revela insuficiente para combater a exclusão social. Portanto, é necessário mais que a atribuição de subsídios e ajudas materiais para combater este ataque às formas de socialização.
Nesta relação entre o desemprego, a pobreza e a exclusão social existem duas consequências nocivas ao nível da formulação de políticas.
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