Como pensar a psicanálise em tempos de farmacologia
Disciplina: Farmacologia
Análise Crítica:
COMO PENSAR A PSICANÁLISE EM TEMPOS DE FARMACOLOGIA?
RIO BRANCO – AC
2011
Como pensar a Psicanálise em tempos de Farmacologia?
Algumas psicoterapias associam suas técnicas com a intervenção médica através de substâncias farmacológicas.
A Psicofarmacologia é uma prática na área da saúde relativamente recente, seu nascimento remonta principalmente para o final da década de 1940, quando se deu a invenção de substâncias que prometiam alterar o funcionamento neuropsicológico do sujeito tido como doente mental.
A explicação para o funcionamento da Psicofarmacologia é o mesmo para a eficácia da Psicoterapia. Do ponto de vista bioquímico, ambas as estratégias clínicas alterariam o funcionamento neuropsicológico e fariam uma espécie de “reestruturação” nas conexões entre neurônios (células nervosas do nosso sistema nervoso central - SNC).
Em 1949 aconteceu a avaliação do primeiro “remédio psicológico”, quando o australiano John F. Cade comprovou que o carbonato de lítio estabilizava o humor do “doente bipolar”, também rotulado de “psicótico maníaco-depressivo”.
Em 1952, na França, os pesquisadores Jean Delay e Pierre Deniker utilizaram e testaram o neuroléptico clorpromazina durante três dias em oito pacientes psicóticos, os quais tiveram uma redução das suas alucinações auditivas. Assim, essa droga tida como o “primeiro psicotrópico eficaz”, deu impulso ao tratamento químico de determinados transtornos psicológicos. Em outras palavras, a clorpromazina (o primeiro “antipsicótico”) inaugurou a Psicofarmacologia.
Em clínicas de Psicanálise não é raro encontrar pacientes que também façam uso de psicofármacos.
Porém, se considerarmos aquilo que Freud e Lacan nos revelaram sobre a constituição do sujeito e de sua estruturação pelas vias do inconsciente, não vamos poder fugir de uma constatação necessária: o inconsciente não é um órgão do corpo, assim como o sujeito não pode ser