O mito de procusto
O segundo ano do curso Fundamentos da Psicanálise e sua Prática Clínica teve como eixo principal a reflexão a respeito da escuta psicanalítica e seu desenvolvimento, desde os primórdios do trabalho de Freud até os dias atuais. A partir do que foi estudado, o objetivo deste trabalho é relacionar o Mito de Procusto com a escuta psicanalítica. Para tanto, inicialmente será feita uma breve exposição a respeito do Mito em geral, sua função e algumas teorias psicológicas sobre o mesmo. Em seguida, será apresentado o Mito de Procusto e seu simbolismo subjacente, em alguns aspectos da vida humana. Posteriormente, será feita uma reflexão, e, ao mesmo tempo, questionamentos a respeito da influência da farmacologia na saúde mental como um todo, e no trabalho psicanalítico em particular. Será tecido um paralelo entre a forma atual de aplicação da farmacologia e o Mito de Procusto. Por fim, serão feitas algumas considerações sobre a escuta psicanalítica e a postura do terapeuta, novamente fazendo uma relação com o Mito de Procusto. Esta vinculação será analisada em duas frentes: o profissional atuando de forma a “configurar” seu paciente dentro de um modelo idealizado assim como o próprio psicoterapeuta/ analista estando engessado devido ao excessivo apego a seu referencial teórico e ideológico. Para ilustrar esse conceito, será questionada a postura de uma psicóloga em particular, repreendida pelo Conselho Federal de Psicologia, por anunciar que muda a orientação sexual de homossexuais.
FUNÇÃO DO MITO
A palavra “mito” (proveniente do grego mythos) remete a algumas definições nos dicionários. Há diversas acepções para essa palavra, tais como “uma concepção errônea”, algo inacreditável, enigma, falácia, utopia, entre outras. A definição de mito que será adotada neste trabalho é a de uma narrativa ou fábula sobre a história dos deuses, semideuses e heróis (e vilões) da Antiguidade. A palavra