Como justificar a escalada militar
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Os altos gastos públicos belicistas coincidiram, não aleatoriamente, com os índices favoráveis de desenvolvimento econômico nos Estados Unidos em muitos momentos, inclusive após a Segunda Guerra Mundial. A iniciativa de estender a Doutrina Monroe¹ a todo o planeta fora um projeto da classe dirigente dos EUA. Esta classe que, por sua vez, jamais abandonara a ideia de uma hegemonia americana, passaria a conceber novo papel decisivo à estratégia global militar. A distensão militar entre as duas potências mundiais a partir de 1985 - americana e soviética - representara um risco ao qual a economia americana, ávida de atividade militar para manter seu mercado financeiro ‘saudável’, não iria se resignar a correr. Em 1989, profundas mudanças ocorreram na Europa Oriental e na URSS, o neoliberalismo finalmente vira a oportunidade de expandir influência e acumular novos mercados. O status quo econômico propiciara poder militar e, portanto hegemonia política americana mundial perante os demais países industrializados. Contudo, as justificativas dadas à corrida armamentista haviam cessado e advinha agora a necessidade de uma nova justificativa para a manutenção deste status quo, em grande parte, justificado através da produção da indústria armamentista. John Kenneth Galbraith em Anatomia do Poder (Ver Cap.16, 1984) assinala a “abrangente submissão da Instituição militar americana aos recursos financeiros e o condicionamento social resultante da relação entre a sociedade civil e o ‘poderio militar’”:
Uma mudança essencial, vital mesmo, para o poder condicionado é haver um inimigo específico. Se o poder militar pretende ter um caráter além do tradicional, cerimonial ou preventivo, uma ameaça hostil é indispensável. Uma ameaça dessa natureza obtém as dotações – a propriedade – das quais provém o poder compensatório. Leva também à consolidação da crença dentro da instituição militar e da crença similar fora dela.
Os Estados Unidos legitima sua “supremacia”