Como fazer filosofia
PALÁCIOS, Gonçalo Armijos. De como fazer filosofia sem ser grego, estar morto ou ser gênio. Editora UFG – 3ª Reimpressão. Goiânia 2002. Aluno- Amaury Alessi Eulalio Faculdade Nova Unesc
Os filósofos acadêmicos confundem complexidade com complicação e se empenham em dificultar o acesso dos alunos ao autor, para fazê-lo propriedade deles. É o que denuncia o livro De Como Fazer Filosofia Sem Ser Grego, Estar Morto ou Ser Gênio, de Gonçalo Palácios. . Lançado pela Editora da Universidade Federal de Goiás, o livro, um opúsculo de 74 páginas, escritas de um só fôlego, mas pensadas ao longo de uma vida dedicada à filosofia, enriquece a Coleção Quiron, com sua polêmica em tom maior que começa pelo título irreverente. O objetivo da coleção, criada pela professora Ione Valadares, que dirige a editora, é exatamente esse — o de fomentar o debate, coisa escassa em Goiás e até malvista pelo compadrismo atávico, que a universidade ainda não dissipou. E o equatoriano Gonçalo Palácios é a voz mais polêmica das universidades locais. Com uma fluência de fazer inveja aos brasileiros natos, ele domina o português melhor que a maioria dos doutores das universidades goianas, apesar de ter pouco mais de dez anos de Brasil. Seu respeito pela língua portuguesa, raríssimo até entre os escritores da terra, começa pelo próprio nome, que aportuguesou — era Gonzalo Armijos Palacios, mas perdeu o z e ganhou o acento. Um dos motivos que o levaram a escrever este ensaio, em que uma irreverência fundamentada se junta a uma contundência elegante, foi exatamente a ojeriza que lhe causava ouvir colegas do Departamento de Filosofia da UFG desprezando o português, por considerarem-no uma língua menor, incapaz de servir ao pensamento como o grego ou o alemão. Armado de sua verve, Gonçalo saiu a campo, num artigo publicado no Jornal Opção. Neste artigo, antecipando o livro que estava no prelo, ele desafiava seus colegas a filosofarem em