Filosofia - fazer de si mesmo uma grande questão

Francisco Siemsen Bulhões Carvalho da Fonseca
0720369

Trabalho G1

Filosofia – FIL1000

Rio de Janeiro
Abril 2013
“FAÇA DE SI MESMO UMA GRANDE QUESTÃO”

O que será fazer de si mesmo uma grande questão?

Outro dia me deparei com um texto do Monteiro Lobato que, a meu ver, toca no ponto central da experiência humana:

“A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de Piscadas. Cada Pisco é um dia. Pisca e mama; Pisca e anda, Pisca e brinca; Pisca e estuda; Pisca e ama; Pisca e cria filhos; Pisca e geme os reumatismos; por fim Pisca pela última vez e morre. E depois que morre? Perguntou o Visconde. Depois que morre, vira hipótese.”

Embora o texto discorra de forma efêmera acerca das diversas fazes da vida, a conclusão de Monteiro Lobato traz à tona a filosofia Shekesperiana expressa na peça Hamlet do “ser ou não ser, eis a questão...”.

Durante o curso de nossas vidas somos tomados por dúvidas, incertezas e ansiedades que giram exatamente em torno das hipóteses daquilo que gostaríamos de ser, ou daquilo que queremos ser, mas raramente daquilo que somos.

Para tornar si mesmo uma grande questão, é preciso, antes de mais nada, conhecer a si mesmo, entender o próprio ser, sem julgar-se ou tentar se controlar, mas fazer um exercício de auto reflexão.

A partir daí, pode-se formular a ideia de que fazer de si mesmo uma grande questão é não acomodar-se às fases da vida cotidiana; é não concordar com Monteiro Lobato e deixar que a vida lhe torne uma hipótese; é questionar-se diariamente sobre aquilo que se é e aquilo que se quer ser.

Questão vem do verbo latino quarere que quer dizer buscar. Mas buscar o que?

São Tomás de Aquino era um grande defensor da verdade, pois segundo ele “verdade não varia segundo a diversidade das pessoas, razão pela qual, quando alguém diz a verdade, qualquer que seja a pessoa com a qual disputa, não pode ser vencido.” (veritas ex diversitate personarum non variatur, unde cum aliquis veritatem