Como começou a crise nos eua
No começo deste século (meados de 2001 e 2002) o mercado imobiliário dos Estados Unidos entrou em expansão. Comprar casas passou a ser objetivo de quem queria, além do imóvel próprio, fazer algum investimento (comprava-se barato, revendia-se mais caro, tudo com dinheiro de empréstimos). Tudo isso depois que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) passou a diminuir os juros e incentivar empréstimos e financiamentos, para fazer consumidores e empresas gastarem mais. Mais dinheiro circulando, mais liquidez no mercado, maior é a especulação financeira mundial. Essas coisas da globalização.
A partir de então, o crédito começou a rolar solto. Empresas hipotecárias, bancos e financeiras começaram a emprestar e financiar cada vez mais. Qualquer um poderia retirar um empréstimo ou financiar um imóvel. Surgiram os chamados “subprimes”, os clientes de um segmento de renda mais baixa. Esse segmento é constituído também de mutuários (as pessoas que retiram os empréstimos) que não conseguiam facilmente comprovar renda e/ou tinham algum histórico de inadimplência (quando o cliente não cumpre o contrato ou, simplesmente, não paga o que deve).
Mas o mercado estava tão empolgado com tanto gasto dos americanos que bancos e outras instituições financeiras começaram a adquirir das hipotecárias os créditos “podres”, ou seja, os créditos dos subprimes. Eles eram misturados a créditos de clientes “primes” (os que tinham nome limpo e crédito na praça) e passados adiante. Desta forma, cada vez mais empréstimos eram feitos (e incentivados), para que seus créditos fossem vendidos. Simples especulação.
A crise começou a pipocar quando os tais subprimes mostraram suas condições: simplesmente não pagaram seus empréstimos. Para alguns o prejuízo foi perder suas casas (em ações de “foreclose”, o despejo) e, para muitos outros, acordar em um mar de dívidas. E, como eles eram a fonte inicial do dinheiro, a empresa que lhe emprestou o dinheiro e