Como alfabetizar na eja?
“Aprender a ler e a escrever é aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem e realidade e ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como meio de tomar consciência da realidade e de transformá-la.” Paulo Freire (1997).
Primeiramente é necessário compreender o que é ser alfabetizado. A alfabetização deve ser compreendida como processo que vai muito além da aquisição do código. Estar alfabetizado significa atribuir significado e sentido às funções sociais vinculadas à escrita, estar plenamente alfabetizado é ser capaz de compreender diferentes tipos de textos, possuir um repertório de procedimentos e habilidades para relacioná-los em um campo social determinado.
Durante muito tempo, acreditou-se que, primeiro, os educandos deveriam conhecer as letras, saber juntá-las, relacioná-las com a pauta sonora, saber pontuação, regras gramaticais etc. Só depois conseguiriam lidar com a linguagem escrita, ou seja, com a elaboração e compreensão dos textos. No campo da alfabetização de adultos, essa concepção ainda é muito frequente quando no trabalho com a escrita, retroceder ao ensino hierarquizado (primeiro, letras, depois, sílabas, palavras etc.).
O tema, Alfabetização de Jovens e Adultos, está sempre em foco entre docentes, governo e comunidade, pois a educação como um todo e principalmente a escolar é sinônimo de perspectiva de mudança de conscientização de formação crítica e ética.
Quando ingressam na EJA, os adultos não alfabetizados não desconhecem o sistema da escrita e sua função, por isso ao iniciar uma tentativa de escrita resistem a usar suas hipóteses “de como se escreve” o que ocorre menos com as crianças. É fundamental considerar as hipóteses e o conhecimento que os adultos possuem sobre a escrita e como a usam para um processo de aprendizagem significativa.
A primeira reflexão a ser feita é a história de vida