Defender a essência da conservação e restauro, assumir as suas bases e heranças de outros tempos, passando pelo vinco de grandes vultos que por sua vez lançaram as pedras basilares da técnica e da ciência do restauro e da conservação, é tarefa delicada. Tarefa mais delicada ainda é a diferenciação necessária, mas por vezes complexa, do objecto em questão e a sua representatividade no universo em que se insere e tudo o que está intrinsecamente associado a uma teia de sentimentos para além da obra de arte e da sua visibilidade enquanto tal. É nesta diferenciação que reside o principal ponto de partida do Restauro, enquanto actividade técnica que devolve vida, e por vezes caracter, a um objecto já com as marcas do tempo, ainda que indeléveis por vezes, e o objecto em si que tem a sua própria história e representatividade cultural e simbólica. Partindo desta separação, é de extrema importância saber e conhecer o objecto para se proceder a um restauro adequado. Assim o restauro assume como objectivo principal salvaguardar a autenticidade da peça, autenticidade essa que é o suporte do simbolismo do objecto, e têm assim especial preponderância face a outras áreas técnicas semelhantes. No entanto é possível discordar do primeiro axioma de Brandi, que defende que só se restaura a matéria da obra de arte, visto que o seu significado assume outras proporções de maior valor para a obra, e que é importante preservar segundo Jiménez. É importante que no processo de restauro, sendo o seu objectivo final segundo Avrami, se tenha em conta o sentimento maior da carga simbólica dos valores intrínsecos ao património. É de notar ainda que o processo de restauro não devolve o seu estado de “novo” á peça, sendo algo que faz parte do processo de envelhecimento da obra e que se deve manter, não alterando assim as suas principais características de autenticidade e originalidade, ficando sempre associadas e visíveis no objecto. Assim o restauro pode variar dependendo do