Com o dinheiro dos outros
Acontece exatamente quando o império soviético e seus satélites estavam desmoronando.
É dirigido pelo veterano canadense Norman Jewison, de No Calor da Noite, Crown, o Magnífico, Justiça para Todos, Agnes de Deus, e Hurricane – O Furacão, todos eles bons filmes. É uma produção classe A, com um grande diretor de fotografia, Haskell Wexler, e trilha sonora de David Newman. A peça em que o filme se baseia foi montada no Brasil com o título Ações Ordinárias.
Dois estilos opostos de capitalismo
A trama gira em torno de dois capitalistas, empreendedores, de visão muito distinta do mundo, e da jovem mulher que será a ligação entre os dois. De um lado está Andrew Jorgenson, um homem honrado, industrial de sólidos princípios, que herdou do pai uma fábrica de fios e cabos, criada 81 anos atrás, e a dirige seguindo um estilo tradicional, rígido. E do outro lado está Larry Garfield, o pirata de Wall Street. Larry é a caricatura escarrada de tudo o que se odeia no moderno capitalismo, dominado pela área financeira – tudo o que é objeto de ódio e desprezo tanto pelos comunistas, socialistas, esquerdistas de todos os matizes, quanto pelos próprios americanos, por mais apaixonados pelo capitalismo que sejam. Para Larry, a única coisa que interessa é o lucro; quanto maior e mais imediato for o lucro, melhor. Seu apelido é O Liqüidador, porque uma de suas manias é comprar e liqüidar empresas que não estejam sendo extremamente lucrativas.
E é esse o caso da tradicional fábrica de fios e cabos de Andrew Jorgenson. Embora bem administrada, ela já não dá mais o lucro que dava antes. Larry, o Liqüidador, vai comprar ações da fábrica – com a intenção final de fechá-la, vender as