Colombo, Cortés, Montezuma, Malinche
A pergunta que faz com que Todorov diferencia as personalidades históricas acima é a seguinte: “como foi possível que umas poucas centenas de conquistadores espanhóis combatessem centenas de milhares de guerreiros do Império Asteca?”.
Enquanto alguns historiadores focam na questão das armas e tecnologia bélica, Todorov introduz a importância do perfil psicológico das personalidades de Moctezuma II e Hernán Cortés.
Para Todorov, duas questões foram essenciais: a importância dos signos; e o poder da Comunicação e da linguagem.
Para Moctezuma a relação dos homens com o mundo e com os signos dados pela natureza (e seus deuses) era de extrema importância. Portanto, as profecias e presságios constituíam forma essencial do saber.
A chegada dos espanhóis (e de Cortés) havia coincidido com os presságios da chegada de um deus que traria a destruição da civilização asteca.
Se para Montezuma a relação do homem com o mundo era tudo, para Cortés a relação do homem com o homem era ainda mais importante.
Era um fidalgo espanhol vindo da Universidade de Salamanca, onde aprendeu a importância da oratória e da imagem. Com a oratória, tentava convencer o Imperador de sua divindade. Além disso, fazia aliança com tribos inimigas do Império Asteca, o que foi essencial para a conquista.
Entretanto, Cortés não poderia enganar os índios não fossem seus intérpretes: Malinche e Jerónimo de Aguilar. Malinche era uma mulher tlaxcalteca vendida para os maias como escrava, que era poliglota e conhecedora das diversas línguas ameríndias.
Dominar o poder da linguagem, aproveitando-se do simbolismo, foi a maior arma de Cortés, e não só as armas e a tecnologia.
Comparando com Colombo, Todorov dizia que este era movido por três aspectos:
a) Religioso – expansão da fé. Colombo era muito religioso. Se valia mais da sua fé do que dos instrumentos modernos para desbravar o desconhecido.
b) Material – busca de ouro. Possibilitava financiar