Conceitos relacionados: alteridade, hibridismo, pós-colonialismo
Dessa forma, eu apenas existo a partir do outro, da visão do outro, o que me permite também compreender o mundo a partir de um olhar diferenciado, partindo tanto do diferente quanto de mim mesmo, sensibilizado que estou pela experiência do contato.
O termo foi cunhado por Emanuel Lévinas, um dos mais importantes autores na reflexão moral contemporânea. Para ele, alteridade é colocar o outro no lugar do ser. Nesta visão, o outro não é um objeto para um sujeito.
"... tudo começa pelo direito do outro e por sua obrigação infinita a este respeito. O humano está acima das forças humanas."
Ao invés do indivíduo agir frente ao outro como gostaria de ser tratado, tem-se que o outro que impõe a conduta adequada. Esta proposta rompe com a perspectiva autonomista e individual para remetê-la a uma visão de rede social. Deixa de ter sentido a máxima "A minha liberdade termina quando começa a dos outros", sendo substituída pela proposta de que a minha liberdade é garantida pela liberdade dos outros.
Na amplitude atual do termo alteridade, temos:
“A experiência da alteridade (e a elaboração dessa experiência) leva-nos a ver aquilo que nem teríamos conseguido imaginar, dada a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é habitual, familiar, cotidiano, e que consideramos ‘evidente’. Aos poucos, notamos que o menor dos nossos comportamentos (gestos, mímicas, posturas, reações afetivas) não tem realmente nada de ‘natural’. Começamos, então, a nos surpreender com aquilo que diz respeito a nós mesmos, a nos espiar. O conhecimento (antropológico) da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento das outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos