Colocando o Malandro para trabalhar

Colocando o malandro para trabalhar: A intervenção política no carnaval.

Fábio da Silva Calleia1
Resumo
Este artigo trás como principal personagem a malandragem carioca e o desenvolvimento do samba desde a sua criação até ao seu cerceamento promovido em prol dos ideais de modernização do século XX, principalmente no governo de Getúlio Vargas.
Palavras – chaves: Carnaval, Cultura Popular e Samba.
Abstract
This article back as main character carioca malandragem and samba development since its creation until its retrenchment promoted in furtherance of the ideals of modernisation of the 20th century, mainly in the Government of Getúlio Vargas.
Key-words: Carnival, popular culture and Samba.

Falar de samba é falar sobre uma produção criada única e exclusivamente pelas classes populares do Rio de Janeiro2 do final do século XIX e inicio do século XX. Apesar de só ser reconhecido como gênero musical em 1917 após registro do chamado “primeiro samba”, Pelo Telefone, o referido gênero já se fazia presente desde o inicio do século, fazendo parte de algumas famosas festas cariocas (como a Festa da Penha onde se reuniam as Tias baianas) e também nas festas carnavalescas.
A trajetória do samba (mestiço por excelência) desvenda no seu interior a Trajetória do Carnaval Carioca. É o samba e o seu ritmo que vai ditar, portanto, o ritmo, crescimento e desenvolvimento deste Carnaval, isto é, o samba é o espelho e o Carnaval seu reflexo.
Para falar de Carnaval é necessário falar de samba e sua trajetória, que por sua vez está atrelado ao desenvolvimento da Indústria Cultural brasileira e também de momentos políticos do país. Apesar de parecer um emaranhado, que de fato é, de trajetórias distintas, tudo se encaixa e permite a compreensão do que virá a ser o tal carnaval carioca das escolas de samba.
Então, o samba que surge nos morros e festas, e prontamente é repreendido por pertencer às classes perigosas, começa a mostrar “ares’’ de civilidade, levando a dificuldade