Coesão e coerência

A coerência textual: fatores

Ao conceituarmos texto, nós o consideramos como a unidade básica de comunicação, ou seja, comunicar-se pressupõe a existência de textos. No entanto, você já deve ter se deparado com algum conjunto de parágrafos, de desenhos, ou até mesmo de gestos, diante dos quais não foi possível estabelecer relações de sentido. E, se isso não ocorreu, o processo de comunicação ficou, digamos “travado”. Essas relações de sentido que buscamos em um texto devem convergir para uma unidade de sentido a qual denominamos coerência. Ela é, pois, o que nos abre as portas para a interpretação de um texto; o que nos possibilita a apreensão do sentido. Então, se alguns textos parecem incompreensíveis, é porque não estamos conseguindo estabelecer a coerência textual, não encontramos a chave para que cheguemos a uma unidade de sentido. A chave a que nos referimos, na verdade, são os fatores de coerência. A eles precisamos recorrer para construirmos a coerência do texto.
A seguir, apresentaremos alguns desses fatores e ilustraremos como cada um deles interfere na interpretabilidade de um texto.

1 OS MECANISMOS SEMÂNTICOS E GRAMATICAIS DA LÍNGUA

Vamos ilustrar esse fator com a seguinte situação: um professor de Física solicitou aos alunos que eles explicassem, por escrito, como se dá a propagação do som no ar. Vejamos duas das explicações dadas.

a) Quando um corpo vibra, transmite suas vibrações ao ar ambiente. Por exemplo, quando se bate num sino, esse comunica o movimento vibratório a partículas de ar vizinhas; essas, por sua vez, fazem vibrar as partículas com que estão em contato, e assim por diante. Desse modo, de partícula em partícula, as vibrações chegam ao ouvido.
b) Um corpo vibra e, de forma causticante suas vibrações chegam ao ar ambiente. Se um sino bate. Onde este faz vibrar as partículas de ar. As partículas fazem vibrar outras partículas, e assim provisoriamente. Mas, as vibrações chegam ao ouvido.

Constatamos que a resposta