A questão da coesão é apresentada de forma superficial pelas gramáticas, coesão e coerência não são exploradas satisfatoriamente nem mesmo nas aulas de língua. Indefinir coesão e coerência em textos avaliados pelos professores são práticas diárias, porém eles estão baseados em que? Por quê? Como este chega à conclusão de que o texto é coeso ou não? Tudo o que não se consegue explicar vai para o campo da coesão e coerência, é importante tratar para que o leitor interessado na questão possa ter acesso a noções básicas e saiba como fazer para deixar o texto articulado, coeso e coerente é a pretensão da autora do livro. Esta pretensão remota ao desejo de trazer para o debate o público questões lingüísticas que ultrapassam as determinações pontuais do certo e do errado. Por este motivo todos os exemplos que a autora citou foram colhidos de livros, jornais ou revistas com notícias do cotidiano. A tendência é a busca constante pela aplicação das normas cultas equiparadas as “coisas erradas que dizemos” e como deixamos a língua portuguesa em perigo, esta é a preocupação dos professores. Boatos de que somente poucos superdotados é que atingem o nível culto da língua portuguesa, outro de que a língua portuguesa corre o risco de desaparecer tendo em vista a forma incrivelmente errada como algumas pessoas escrevem e falam. Boatos totalmente corriqueiros e sem fundamento, pois o aprendizado é para todos desde que estes se dediquem e busquem conhecer profundamente a língua. Meios de comunicação se ocupam apenas em tirar dúvidas pontuais quanto ao certo e ao errado, mais até que ponto o que é certo? A relevância está em informar as pessoas sobre coisas muito mais importantes e mais úteis socialmente do que saber, por exemplo, se “a entrega é a domicílio ou em domicílio”. Ensinar a lutar com as palavras, conseguir a coesão e a coerência que tornam significativas as coisas que fazemos e quando dizemos eis a preocupação da autora Irandé Antunes.