Este livro consiste na apresentação de um trabalho antropológico de Clifford Geertz, desenvolvido sob a égide da perspectiva teórica do(interacionismo simbólico. Neste sentido, cabe indicar que o referido livro de Clifford Geertz se dedica a realizar uma análise antropológica das dimensões culturais da política, da religião e dos costumes sociais. Para realizar tal análise, Geertz se apóia em vários exemplos, que vão desde a etnografia da briga de galos Balinense, até a análise dos sistemas de casamento em parentesco europeus medievais. No âmbito destes estudos, percebe que ,como estrutura estruturante na organização das sociedades está a cultura, cabe mencionar que o autor indica que esta pode ser definida como um sistema cultural de organização (e controle) das coletividades, sistema este pautado em um mecanismo de apreensão do poder por meio da posse dos signos de poder (por parte dos que controlam as altas esferas sociais) e da submissão dos membros de uma comunidade política a tais signos. Para que esta submissão ocorra, a cultura é a mediação entre o poder e o objeto de sua ação, isto é possível, pelo fato de que, segundo Geertz, na Antropologia o conceito de cultura sofre uma revisão e passa a ser visto como: ?um padrão de significados transmitidos historicamente, incorporado em símbolos e materializado em comportamentos?. Complementar a esta noção, está a idéia de que as imagens públicas do comportamento (cultural) são vistas como os mais eficazes elementos do controle social. Deste modo, a cultura é em parte controladora do comportamento em sociedade e, o mesmo tempo cria e recria este comportamento, devido ao seu conteúdo ideológico, impossível de ser esvaziado de significado, já que toda cultura possui uma ideologia que o embasa, pois para o autor a ideologia é apresentada como a dimensão norteadora/justificativa do ?arbitrário cultural? (os princípios que são aceitos pelo senso comum como indiscutíveis, e que definem o que é valorizado ou desvalorizado