Classe e etnia na batalha dos 500 anos
Celene Fonseca[1]
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|RESUMO - A partir da condensação dos três momentos que compuseram a chamada “Batalha dos 500 anos”, ocorrida em Porto Seguro/ Santa Cruz Cabrália/|
|Eunápolis–BA, em 22 de abril de 2000, é apresentada uma análise concisa e documentada sobre as condições antecedentes que lhe deram origem, sobre |
|o clima político que a precedeu e os desdobramentos imediatos do evento; no final é feita uma apreciação geral do alcance do acontecimento e de |
|como ele foi apreendido pelos integrantes/ apoiadores do movimento Brasil Outros 500, com base na visão e testemunho particular da autora. |
|Remete-se para outra oportunidade um estudo teórico aprofundado, do qual se deixa entrever, todavia, algumas clivagens. |
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|Palavras-Chaves: História do Brasil - Identidade – Resistência Cultural |
O que teria acontecido no dia 22 de abril de 2000? Um jornal de circulação nacional titulou: “Batalha na Festa dos 500”[2]. Ou seja, ao invés da festa prevista houve “batalha”. Alguns eventos oficiais aconteceram, mas eles foram ofuscados pelas imagens de índios, negros e populares sendo atacados por forças policiais. A reflexão sobre um evento com tamanha carga simbólica é fundamental para a construção/ consolidação do Brasil-nação. Comecemos por um resumo descritivo do ocorrido.
RESUMO DA BATALHA
A Batalha, na verdade, teve três grandes momentos: . Coroa Vermelha, c. 8h30, imediações do Rio Mutari. Ataque policial aos manifestantes do “Quilombo Palmares”, acampamento do Movimento Brasil Outros 500 –