ciências
Shakespeare a escrever a peça “A Tempestade”. Segundo Mair (1979, p. 25), esse empreendimento deu uma mostra do quanto grosseira era a interpretação dos europeus sobre o comportamento dos povos primitivos.
Somente no final do século XVIII é que a Antropologia começou a se desenvolver e o estudo da cultura como disciplina científica deu impulso aos estudos e pesquisas comparativas. Até então existiam apenas algumas publicações com um pouco mais de critério, como a que o missionário jesuíta, Lafitau, publicou em
1724, comparando os costumes dos índios americanos com os povos antigos descritos pelos autores latinos e gregos.
Outro estudo, escrito por Charles de Brosses em 1760, comparou a religião egípcia antiga com a religião da África ocidental.
Já no século XIX, Ratzel procurou - entre os objetos encontrados em diversos lugares muito distantes- semelhanças que pudessem indicar a origem do homem.
Com a instituição da Antropologia como ciência do homem, a teoria da cultura assumiu um contorno mais nítido. Os estudos realizados por Morgan, Bachofen, McLenann e todos que se interessaram pelas diferenças e semelhanças culturais proporcionaram as evidências para a formulação de uma explicação e teorização da cultura. Morgan, por exemplo, desenvolveu em “Ancient Society” (Sociedade Antiga), escrito em 1877, um complexo estudo sobre o desenvolvimento social humano e construiu, entre as suas diversas obras, uma teoria da cultura, que colocou o estudo da família como uma das mais importantes contribuições ao elucidar os princípios da estrutura familiar e sua evolução. Morgan lançou as bases da antropologia da religião e da família e toda a trajetória da teoria da cultura, de certa forma, reflete a importância desse tema na contemporaneidade.
Para muitos dos antropólogos contemporâneos, a definição de cultura