Ciência e Tecnologia na Indústria de Curtumes
Curtir couros e peles é uma das acividades mais antigas da Humanidade.
Tudo começou quando o homem primitivo se apercebeu que um animal não constituía apenas alimento. Os nossos antecessores pré-históricos utilizavam os couros e as peles de grandes mamíferos para produzir roupas que os protegiam das condições climatéricas adversas.
Contudo, sem tratamento, o couro ou a pele de um animal rapidamente se deteriora, apodrecendo e adquirindo um cheiro nauseabundo. Assim, os nossos antepassados descobriram formas de deter este processo natural de modo a que as suas roupas não ficassem inutilizadas, ou mesmo impossíveis de suportar.
Reflita um pouco sobre como ocorreram essas descobertas iniciais. Quando uma pele ficava ao sol durante alguns dias, tornava-se rígida e dura, mas o cheiro repulsivo desaparecia.
Um importante desenvolvimento pré-histórico foi a curtimenta por fumo. Os couros e peles eram utilizados como materiais de construção para tendas e cabanas. O fumo das fogueiras conservava (curtia) as peles e aumentava a sua resistência aos elementos. Este método foi muito utilizado pelos índios americanos para os seus teepees e wigwams, e ainda se mantém popular em algumas regiões da China.
Outra invenção que teve muito sucesso foi a curtimenta vegetal. Esta começou provavelmente quando as peles eram colocadas numa poça de água rodeada por árvores. Bocados de madeira, casca e folhas flutuavam na poça, que continha “agentes” naturais ou químicos que curtiam a pele. Este tipo de tratamento dominou a indústria de curtumes até ao séc. XIX, quando surgiu o processo de curtimenta do couro com crómio.
Durante a Idade Média, as fábricas de curtumes passaram a estar bem organizadas. Estas reuniam-se em áreas especiais onde existia matéria-prima (couros e peles, acesso a água) em grandes quantidades. Muitas indústrias de curtumes estão situadas nas mesmas áreas na Europa há mais de 500