Ciência como vocação
- O texto se inicia com uma comparação entre a academia alemã e a norte-americana do início do século XX. Na academia alemã reina um sistema plutocrático, em que dificilmente um estudante sem fortuna teria uma carreira tranqüila, tendo ele que se contentar com poucos cursos na juventude em “respeito” aos velhos catedráticos. O sistema americano é diferente: é burocrático, com o jovem recebendo pagamento, apesar de modesto, desde o início de sua carreira, que é quando ele é mais sobrecarregado de trabalho. Mas Weber já assinala uma “americanização” da universidade alemã. (p. 17-20)
- A academia é um espaço de acaso, de vaidades, e nem sempre de mérito e razão. Há disputas internas e se faz importante sorte, infelizmente, na vocação de cientista. (p. 20-22)
- A carreira de cientista possui duplo aspecto: não somente a de cientista como tal, mas também a de professor. Porém, essas características por vezes não são coincidentes. Muitas vezes o que leva um jovem a gostar de algum professor em especial são razões completamente distintas das científicas ou racionais, como o carisma. (p. 22-23)
- Somente sendo especialista que se atinge algo de valioso em ciência. (p. 24)
- É preciso realizar ciência com paixão, principalmente para se ter “inspiração”. Ao contrário do que se pensa, Weber diz que o fazer-ciência não é um cálculo puramente frio em laboratórios. Ocorrem intuições inesperadas, fora do “local de trabalho”. Ao contrário do que dizem os pedantes, a intuição desempenha papel tão importante na ciência quanto na arte, pois é ela que realiza o novo, que sai do tecnicismo. Contudo, não se deve perder de vista que inspiração só ocorre para aqueles que já tiveram esforço profundo. (p. 26-27)
- A ciência é uma entrega a uma causa que muitas vezes não se tem recompensa. (p. 27-28)
- Arte e ciência diferem no que diz respeito ao “progresso”. Uma obra de arte, por mais antiga que seja, não pode ser chamada