Ciência com Consciência
Analisando a problemática do conhecimento científico nos deparamos novamente com o problema da demarcação científica. O que seria a ciência? Foi esta questão que impulsionou o Círculo de Viena, e trouxe a tona o Falibilismo de Karl Popper, segundo o mesmo: “O que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”.
Encontramos também o problema da objetividade. Os dados nos quais se baseiam as teorias científicas são objetivos, mas isso não significa que a teoria seja objetiva. Sendo o resultado de um processo critico desenvolvido pela comunidade científica, existindo um consenso. Havendo ainda a impureza dos fatos, que nada mais é, do que uma seleção de fatos, feito pelo pesquisador, que julga serem importantes, não se trata da realidade plena, mas de um recorte dela, tornando os fatos impuros.
Na minha concepção o maior problema encontrando no conhecimento científico contemporâneo é o imprinting denominado pelo autor como marca original irreversível que é impressa no cérebro. E é esse imprinting que estaca o conhecimento, que o limita, que o prende, principalmente no âmbito universitário, onde eu penso de uma maneira e ninguém a confronta tornando-a estática.
Quando possuímos uma ideia em relação a algo, e alguém a critica de forma argumentativa e racional, somos obrigados a refletir sobre a mesma e de alguma forma reformula-la, aprimora-la, identificar as possíveis lacunas e preenche-las. Quando há esse confronto de ideias, há uma evolução nessa ideia, ela se movimenta, ela é melhorada.
Se uma ideia não é confrontada, e não existe um ponto de vista diferente, esse ponto de vista nem precisa ser o oposto, pode ser favorável e acrescentar um aspecto antes não pensado. Não há uma reflexão dessa ideia, e nada se move. Por isso acredito ser de suma importância debates em ambientes de ensino, para assim ser desenvolvida a criticidade, e quem sabe podermos romper com esse paradigma.