Ciência da Consciência?
Nas ciências em geral o cientista toma ciência de algum elemento objetivo do universo. No momento dessa tomada de ciência o conteúdo de sua consciência é determinado pelo elemento em questão. O elemento do universo imprime-se na consciência do cientista, que, deixando-se determinar nas suas interpretações e conclusões por essa objetividade, vai objetivando sua própria base subjetiva. O objeto do mundo leva a consciência subjetiva a objetivar-se. Tem-se, assim, sempre dois elementos, o objeto do universo e seu efeito objetivante na consciência. A estrutura, o feitio, o vir a ser do objeto universal, é o que o cientista reconstrói na sua consciência, baseando-se para tal nos dados da experiência, dos experimentos, cálculos, estatísticas, etc. O objeto que se apresenta, é dado. A consciência do objeto, no cientista, é construída. Tomar ciência é, pois, deixar-se determinar, na própria capacidade construtiva, subjetiva, pelo objeto com o qual esta se confronta. Na ciência da consciência o cientista se defrontaria com a própria consciência. Tomar-se-ia aqui ciência do próprio elemento que toma ciência. Como a consciência, inicialmente é subjetiva, pois única e exclusivamente accessível ao sujeito, tomar-se-á ciência de uma subjetividade. Mas como a consciência tomadora de ciência, nesse caso, também se deixa determinar, na sua construção, por um objeto específico, se bem que subjetivo, ela toma ciência de maneira objetiva de sua própria subjetividade. O interessante nesse caso é que o objeto dessa ciência não se divide em dois, não configura uma dualidade, pois o objeto, a consciência, e o que dele toma ciência, são um só. Desse ponto de vista é surpreendente que a consciência, que parece ser o último objeto da ciência, é o que pode ser conhecido mais de perto, já que, o que é objeto e o que o reconstrói, são um só elemento. Assim o cientista reconhece objetivamente a sua subjetividade. O elemento, inicialmente subjetivo, que normalmente se