Resenha do livro ciência com consciência edgar morin
Morin, E. (2005). Ciência com consciência. Edição revisada e modificada pelo autor. (Tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice Sampaio Dória). 9ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Segundo Morin, os conceitos de progresso e conhecimento apresentam-se relacionados. Porém, assim como progresso não se reduz à organização e desenvolvimento de esferas isoladas, tais como a economia, o conhecimento não se restringe ao fornecimento de informações, mas também de estruturais socias teóricas que condicionam a sua configuração.
Neste contexto, Morin propõe uma análise da temática de “progresso do conhecimento”. Ao progresso, o autor atribui seu contraponto de regressão, alterando a percepção de ordenamento constante como conceito de progressivo. Desse modo, o progresso do conhecimento apresenta uma realidade dual com aspecto progressivo e regressivo para uma mesma realidade.
Como observado ao longo do capítulo três do texto, o autor ressalta que a especialização do conhecimento ao mesmo tempo em que se comporta como avanço, pois permite o desenvolvimento dos conhecimentos, é observada como um ponto negativo, pois leva ao desmembramento do mesmo, destruindo o conhecimento-sabedoria que, por sua vez, esta atrelado a interdisciplinaridade real. De acordo com Morin, os trabalhos de Descartes são um marco para o corte entre ciência e filosofia, levando o primeiro a perder sua capacidade auto-reflexiva.
Além do aspecto unidimensional atribuído ao conhecimento em função de seu progresso, ressalta-se ainda o método cientifico de experimentação atribuído ao conhecimento cientifico em suas faces progressivas, no que tange a simplificação da realidade, e regressiva, na medida em que retira o objeto de estudo de sua realidade e extrapola informações que vão alem das características reais do objeto estudado. A formalização, também analisada como um aspecto de progresso do conhecimento, “conduz a um mundo desencarnado, constituído apenas por idealidades matemáticas”