Cirque du soleil
Em duas décadas de teatralidade selvagem, Cirque du Soleil nunca teve uma falha. É de dar crédito, não só aos artistas talentosos pelos shows deslumbrantes mas também pelas perspicazes decisões que tornam este negócio um sucesso sustentável/sustentado.
By Geoff Keighley
January 1, 2004
Para entender como é o verdadeiro circo Cirque du Soleil, primeiro é necessário esquecer todas as memórias de infância relativas ao típico apresentador de circo, carros de palhaços e os domadores de leões. Em vez disto, prepare-se para assistir a algo diferente, algo em grande: uma dança de homens/figuras sem cabeça que transportam um guarda-chuva e um chapéu de coco (em Quidam, um dos cinco shows da turnê do Cirque du Solei); um palhaço a contar, por gestos (pantomima), uma história de amor perdido e desparecendo subitamente numa cena elaborada (em Alegria, outro show de turnê); ou ainda trapezistas que caem num enorme lago interior que, de repente, se evapora diante dos olhos do público (em O, programa residente do Cirque du Soleil no Bellagio em Las Vegas).
Cirque du Soleil (francês para "Circo do Sol") é uma das raras empresas que redefine totalmente as suas indústrias. É preciso matérias-primas do circo - trapezistas, contorcionistas, homens fortes, palhaços – e combiná-los com trajes surreais, música New Age sem parar, e cenários deslumbrantes, e, de seguida, unir tudo isso a um tema vagamente profundo, como "uma homenagem à alma nómada" (Varekai) ou "a fantasmagoria da vida urbana" (Saltimbanco). O resultado é um espectáculo, que deixa o público a aplaudir, sem palavras.
Embora muito menos surreal do que os seus espectáculos, o modelo de negócios do Cirque é algo que também agrada. Bobby Baldwin, CEO do Mirage Resorts, proprietário do Treasure Island Casino, em Las Vegas que hospeda Mystère do Cirque, intitula o Cirque du Soleil como sendo "a empresa de entretenimento de maior sucesso no mundo”, e não se refere estritamente aos lucros: