Cirque du soleil
Enquanto o negócio de circo se encontra em declínio, ameaçado pela competição das diversões eletrônicas e pelos elevados custos de logística, o Cirque du Soleil dá uma aula de gestão. Com mais de 3000 funcionários, produções itinerantes em todoo mundo e um público superior a 50 milhões de pessoas, o Cirque du Soleil em seus 22 anos de existência ultrapassa o faturamento de US$ 500 milhões.
Segundo a teoria de Chan Kim e Renée Maubogne, professores da escola de administração francesa Insead e autores do livro A Estratégia do Oceano Azul, através de uma estratégia inovadora, distantes das convencionais praticadas no seu setor, O Cirque de Soleil se destacou da concorrência e achou o seu oceano azul, espaço reservado às empresas que, através da diferenciação e movimentos estratégicos denominados inovação de valor, acham um mercado (oceano) inexplorado e escapam do oceano vermelho marcado pelas estratégias convencionais e um mercado aglomerado e concorrente.
A receita mágica do sucesso começou a dar certo quando seus fundadores reconheceram que criar um espetáculo era tão importante como gerar recursos para produzir outros e promovê-los. Aempresa, aocontráriodasdemaiscompanhias artísticas, propôs-se desde o início ter uma empresa na qual a arte pudesse conviver com os negócios. O fundamental é não perder o equilíbrio entre o comercial e o artístico: “Se os aspectos comerciais ganhassem muita importância, perderíamos a nossa essência; se o artístico crescesse além do comercial, perderíamos dinheiro. Definitivamente, trata-se de preservar o equilíbrio”, afirmou Guy Liberte, titular do departamento de criação.Ainda que os espetáculos conservem alguns elementos típicos (tenda, palhaços e acrobatas), deixou de lado outros (notadamente números com animais), dando ênfase à música, ao figurino e à cenografia.
O fato de não trabalhar com animais lhe permitiu reduzir os elevados custos com cuidados, escapar das críticas dos defensores de seus direitos