Cinema mudo
Nos primórdios da história do cinema, os filmes não eram seguidos por uma sonoridade condizente com as imagens em desfile nas telas, mas isso não significa que eles eram partidários do silêncio absoluto. Embora fossem remotos os sonhos de sincronizar cenas dos filmes com registros sonoros próprios, os avanços tecnológicos ainda eram incipientes, não permitiam a realização deste anseio.
A carência de tecnologia não impedia que, nos locais de exibição das películas, em teatros, óperas ou feiras, as cenas cinematográficas fossem acompanhadas por compassos tocados ao piano. Estas músicas variavam conforme o espaço no qual os filmes eram transmitidos, pois a escolha sonora dependia do ponto de vista do pianista sobre a obra exibida.
Os primeiros momentos da evolução do cinema foram conhecidos como ‘período mudo’ entre os pesquisadores deste campo. Como os sons não podiam vir em auxílio do público, a compreensão dos filmes era realizada através da inserção de legendas, denominadas “intertítulos”. O filme mudo necessitava ênfase maior na expressão corporal e facial, para que a audiência compreendesse melhor a representação. Ao longo de trinta anos o que se conhecia por cinema se resumiu a esta modalidade, que já transmitia à platéia a magia que seria sua marca nos séculos posteriores, mesmo sem apoio sonoro.
Não se sabe exatamente quem deu origem à trajetória do cinema. Personagens geniais, como Thomas Edison, no fim do século XIX, o francês Meliés (ilusionista de sucesso e um dos precursores do cinema, que usava inventivos efeitos fotográficos para criar mundos fantásticos. Além de ser considerado o "pai dos efeitos especiais", fez mais de 500 filmes e construiu o primeiro estúdio cinematográfico da Europa) e o inglês G. A. Smith (mais conhecido por seus curtas-metragens de 1897-1903, que foram pioneiros na edição de filmes e close-ups, e pelo seu desenvolvimento do primeiro