Cinema Mudo
A partir do desenvolvimento da fotografia – através de experimentos de inventores – como os franceses Louis Daguèrre (1787-1851) e Joseph-Nicéphore Niépce (1765-1833) – foi possível captar imagens com nitidez de detalhes cada vez mais claros. No início, a técnica apresentava dificuldades: a foto conhecida como “A mesa posta”, de Niépce, necessitou de 14 horas de exposição à luz para ser realizada, em 1823. No entanto, a partir de 1850 já era possível fazer uma fotografia em poucos segundos.
O elo entre a fotografia e o cinema surgiu quando, em 1872, Leland Stanford, governador da Califórnia, apostou com um amigo que um cavalo, ao correr, tirava simultaneamente as quatro patas do chão, durante o galope – o que era impossível determinar pelo olho humano. O fotógrafo Eadweard Muybridge, contratado para resolver a questão, utilizou 24 câmeras fotográficas, cada uma armada com um disparador automático, ao longo de um percurso percorrido pelo cavalo. Ao final do experimento, ficou comprovada a tese do governador Stanford: o cavalo realmente fica com as quatro patas no ar durante o galope.
Para o cinema, entretanto, mais importante que essa constatação, foram as tomadas fotográficas. Realizadas em curto intervalo entre si, quando exibidas rapidamente, proporcionavam a ilusão de movimento do cavalo.