Cinema chinês
Na busca de uma interação entre política, antropologia, sociologia e artes, nada melhor que uma passagem pelo cinema chinês: retrogrado e castrador de opinião desde sua concepção. O cinema na China sempre priorizou a reeducação das massas e das mentes pensantes e revolucionárias. Foi também utilizado como instrumento de manipulação do partido comunista e passou por fases distintas: da política à censura à busca frenética e descompassada por bilheteria. Entre a revolução chinesa em 1949 e a revolução cultural em 1966, muitas coisas aconteceram e a produção cinematográfica chegou a ser de quase zero. Já nos doze anos seguintes, muitas “lutas do povo contra os traidores – de classe ou políticos – foram travadas” na telona de maneira bem discreta e “educativa”. Com a reabertura do Instituto Nacional de Cinema em 1978, novos diretores mais arrojados e ousados surgiram. Em meados de 1982 a Nouvelle Vague chinesa, também chamada de “quinta geração”, nasceu. A partir de então o cinema, que tinha sua distribuição limitada na própria China, ganhou asas juntamente com a abertura da economia do país, já em 1989. Os filmes recebiam calorosa recepção no exterior: co-produções foram feitas e pré-compras se consolidaram. Como as produções chinesas não eram bem vistas dentro do próprio país, diretores e produtores, na busca por bilheteria, deixaram os filmes políticos de lado e deram ênfase total aos filmes de gênero que permanecem em alta até hoje.
Local: Universidade Federal de Juiz de Fora – Instituto de Artes, sala