Ciencias politicas
Segunda metade do séc. XIX, a antropologia se atribui objetos empíricos autônomos: as sociedades "primitivas", ou seja, exteriores às áreas de civilizações européias ou norte-americanas. A ciência, na época, supõe uma dualidade radical entre o observador e seu objeto. A separação entre o sujeito observante e o sujeito observado constituirá, na antropologia, por muito tempo, em uma distância geográfica. As sociedades estudadas são longínquas, de dimensões restritas, que tiveram poucos contatos com os grupos vizinhos, cuja tecnologia é pouco desenvolvida em relação à nossa e nas quais há uma menor especialização das atividades e funções sociais.
No início do século XX – a antropologia percebe que o objeto empírico que tinha escolhido está desaparecendo. Ela se vê confrontada a uma crise de identidade. O objeto teórico da antropologia não está ligado, na perspectiva na qual começamos a nos situar a partir de agora, a um espaço geográfico, cultural ou histórico particular. A antropologia não é senão um certo olhar, um certo enfoque que consiste em: o estudo do homem inteiro; o estudo do homem em todas as sociedades, sob todas as latitudes em todos os seus estados e em todas as épocas.
Só poder ser considerada como antropológica uma abordagem integrativa que objetive levar em consideração as múltiplas dimensões do ser humano em sociedade. Uma das vocações maiores de nossa abordagem consiste em não parcelar o homem, mas em tentar relacionar campos de investigação freqüentemente separados. Existem cinco áreas principais da antropologia que o pesquisador deve estar sensibilizado quando trabalha de forma profissional em algumas delas, dado que