ciencias militares
Em todas as épocas da historia da humanidade, grupos sociais utilizaram seus conhecimentos e compreensão de fenômenos naturais com fins militares, para a construção de poderosas armas de guerra e artefatos de destruição. Entretanto, a descoberta dos armamentos nucleares introduz uma mudança qualitativa no equacionamento do problema da convivência entre nações e da resolução de conflitos pelas armas.
Isto porque, mesmo que o uso de bombas nucleares seja dirigido a alvos militares, as conseqüências de explosões nucleares estendem-se muito além do local do alvo e por muito tempo após a explosão, de modo a causar severos e irreparáveis danos à população civil e ao meio ambiente. Por outro lado, o uso maciço de explosivos nucleares, por uma ou mais das grandes potências, quaisquer que sejam os objetivos, terá conseqüências tão funestas e catastróficas para a humanidade que sua própria sobrevivência ficará ameaçada.
Diante desta realidade, os cientistas do mundo inteiro não se podem furtar à responsabilidade de assumir posições firmes e definidas contra quaisquer tentativas de expansão da corrida armamentista e a favor de medidas que conduzam a uma redução dos arsenais nucleares e da ameaça de uma conflagração nuclear. Devemos empenhar nossos esforços no sentido de que sejam banidos, por consenso universal, o uso, a fabricação e o armazenamento de armas nucleares, assim como já foi banido, por comum acordo entre as nações, o uso da guerra bacteriológica.
Instituições especificamente científicas, que se mantiveram no passado à margem do debate político, diante da nova situação criada pela assustadora acumulação de armas nucleares, já se inclinam a tomar posições com respeito a decisões políticas relativas à promoção de pesquisas científicas com objetivos militares, particularmente com referência a armamentos nucleares.
Em particular, há uma crescente preocupação nos meios científicos quanto à utilização de recentes