resumo entrevista
A relação entre guerra e ciência não é algo recente, nem isolado entre os homens. Mais do que isso a ciência, em muitos momentos da história, elaborou uma tecnologia eficaz para a guerra. Paralelamente, a guerra testa e aplica essa tecnologia demonstrando ao mundo suas possibilidades e seu alcance. Os fartos financiamentos para a ciência no período das Grandes Guerras e no pós-Guerra, facilitaram o desenvolvimento tecnológico. O professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e diretor do Centro de História da Ciência, Shozo Motoyama, abordou essa questão que ele caracteriza como algo contraditório e dialético em entrevista à ComCiência.
Motoyama demonstrou sua preocupação em relação ao atual desenvolvimento das armas e alertou para a necessidade de um diálogo real entre a sociedade e a comunidade científica. Nesse aspecto, o historiador destacou, de um lado, a importância da divulgação científica para que a população tenha conhecimento das discussões que a ciência suscita e, de outro, a conscientização dos produtores da ciência sobre a sociedade em que estão inseridos. "Os cientistas devem ter em mente que a grande coisa não é publicar 100 ou 200 artigos em revistas especializadas que só eles entendem, mas fazer pesquisas que realmente sejam socialmente e culturalmente relevantes. É claro que a própria comunidade científica e universitária é responsável por privilegiar a questão quantitativa. É necessário levantar a questão de que há uma outra demanda de toda a sociedade, pensando assim o diálogo pode existir. É preciso que os cientistas entendam e estudem mais como é a sociedade que eles mesmos estão inseridos. E eu não acredito que isto esteja ocorrendo", declarou.
Com Ciência - Na introdução do livro Fapesp, uma História de Política Científica e Tecnológica, o senhor afirma, após análise de argumentos de Hobsbawn, Chesnaux e Milton Santos, que "a utilização em