Ciencia E Senso Comum
Não é fácil estabelecer uma explicação entre o senso comum e conhecimento de bases filosóficas e cientificas. Há diversos fatores que revelam a complexidade de um processo que acompanha o homem desde os primórdios.
A dualidade entre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos com o reconhecimento da superioridade do primeiro sobre a precariedade do segundo, revela uma visão hierárquica entre as duas formas de conhecimento.
Na idade medieval fortemente marcada pela influencia da igreja católica a propagação a ruptura do senso comum foi abominada, pois a partir dai a igreja não mais teria poder sobre seus discípulos, essa ruptura só foi possível a partir da Reforma Protestante.
A ciência moderna nasce declarando guerra ao senso comum e estabelecendo princípios de hierarquia na qualidade do conhecimento.
Para Bachelard, o que obstaculiza o desenvolvimento do conhecimento cientifico e da própria ciência são os sentidos e a fragilidade do espirito humano, também como atitudes e valores.
Para Gramsci “A filosofia do senso comum é a filosofia dos não filósofos”. No processo de novos intelectuais, Gramsci reconhece que, não existindo nenhuma atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, todos os homens são intelectuais.
Paulo Freire defende que a ingenuidade e a criticidade entre os saberes de experiência e os que resultam de procedimentos rigorosos não há uma ruptura, mas uma superação. Tratando o senso comum como uma curiosidade ingênua. A ponto que é necessário desafiar os educandos em relação ao que se pensa ser o certo.
Moscovici tenta reabilitar o conhecimento comum, próprio das experiências diárias, linguagens e práticas cotidianas, ao mesmo tempo em que reage contra a ideia de que o povo é incapaz de pensar racionalmente e apenas os intelectuais são portadores de tal privilegio. O pensamento de senso comum é considerado razoável, sensível e racional e deve ser entendido como aquele