Senso comum e ciência
CUSTÓDIO, José de Arimathéia Cordeiro. Senso comum e ciência: visões de mundo. In: Silva, Ana Cristina Teodoro da; BELLINI, Luiza Marta. (orgs). Iniciação à ciência e a pesquisa: a construção do conhecimento. Maringá: Eduem, 2009. p.11 – 22.
2 SÍNTESE DA OBRA
Introdução Qual a melhor época para podar certos tipos de árvores? A resposta é fácil: nos meses sem “R” – ou seja, maio, junho, julho e agosto. Qual a lógica dessas respostas? Ora, os meses sem “r” nos nomes são mais secos do ano, o que significa que a poda liberará menos líquidos das árvores, e consequentemente atrairá menos insetos que poderiam prejudicar a saúde do vegetal. Todo esse raciocínio aparentemente complexo, mas subjacente, e traduzido para uma fórmula mais simples de memorizar, caracteriza o conhecimento do senso comum.
Os conhecimentos, tradicionais, são considerados de senso comum. Baseiam-se em algumas experiências; parecem funcionar na maioria das vazes, embora falhem eventualmente. São transmitidos de geração a geração, que simplesmente os conserva quase nada acrescentado ou reduzido.
Contudo, quem nega qualquer “fraternidade” entre senso comum é o pensamento científico. É ele que costuma desprezar seu “irmão” senso comum, como se este fosse o retrógrado, ultrapassado. Por outro lado, o economista sueco Gunnar Myrdal (1898-1987) afirma: “A ciência nada mais é que o senso comum refinado e disciplinado”.
O Senso Comum
Aranha e Martins (1993, p. 127-128) assim definem senso comum: “chamamos de conhecimento espontâneo ou senso comum o saber resultante das experiências levadas a efeito pelo homem ao enfrentar os problemas da existência”.
Normalmente, embora relacione causas e efeitos dos fenômenos com os quais interage, a pessoa que age segundo o senso comum não perguntam sobre tais causas e efeitos, bastando-lhes a certeza – às vazes falível – de que tal causa gera tais causas e efeitos. Não há preocupação com o “como” tal fenômeno ocorre. Com isso, certas