CIDADÃO BOILESEN
O dinamarquês, depois de falecido, deu nome a uma rua, que é mostrada no início do filme. Os moradores dela não sabem ao certo o que ele representou, com alguns repetindo apenas o escrito embaixo de seu nome: administrador de empresas. Porém, desconhecem que ele tenha sido um dos empresários mais influentes na tentativa de combater a guerrilha urbana em oposição à ditadura. Fez uso da Oban (Operação Bandeirante - centro de informações e investigações montado pelo exército em 1969 para organizar documentos que levariam às ações repressivas em São Paulo, funcionando como um núcleo de repressão). O documentário tenta mostrar que esse período não foi apenas militar, mas que há inúmeros aspectos por trás desse discurso. Sai-se da mesmice dos outros filmes a respeito dessa época ao se tratar da ajuda da elite; é um movimento de classe, dos civis, e não apenas um golpe militar. As Comissões da Verdade foram aos poucos mostrando esse envolvimento, que continuou posteriormente com as repressões com uso da violência.
O filme mostra que Boilesen era um homem repleto de pensamentos ambíguos; era um exemplo no empresariado e muito elogiado por aqueles que conviviam com ele. Em contrapartida,