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Crítica do filme: “Cidadão Boilesen”
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Cidadão Boilesen é um documentário brasileiro, com 92 minutos e direção de Chaim Litewski, que retrata o período da ditadura militar traçando um paralelo com a vida de Henning Albert Boilesen, um dinamarquês radicado no Brasil.

Boilesen, ex-presidente da Ultragaz, é retratado como uma pessoa agradável, simpática, afável, no começo do filme. Tem sua figura humanizada. No entanto, com o decorrer da história, fica claro que ele não era tão bom assim. Diversas denúncias são feitas contra Henning e fica claro que ele participou, com financiamento, importações de máquinas e até participando de sessões de tortura, da Operação Bandeirantes.

A principal dúvida que fica na cabeça de quem assiste ao filme é: como alguém com tão boa índole, pelo menos à princípio, pode participar de algo que deixou uma mancha tão grande na nossa história? Sentindo, segundo relatos do filme, prazer em ver e participar das sessões de tortura.

Chaim usa o filme como uma forma de denunciar tais atrocidades cometidas por um figurão da alta sociedade. Porém, nos mostra que não era necessário ser odiado, antipático e mal visto pela sociedade, para participar da ditadura. Muitas pessoas não tinham consciência do que se passava no momento e, analisando agora, fica muito mais fácil pensar: “eu jamais colaboraria com isso”, mas para quem vivia o contexto era uma situação diferente, já que a informação era sempre censurada e pouco se sabia da realidade.

Boilesen virou alvo dos revolucionários da época e de todos que eram contra a ditadura no geral. Até que, em 1971, um grupo de guerrilheiros o assassinam em São Paulo.

(Faculdade Cásper Líbero –

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