Cidade febril
O texto inicia fazendo referencia a um conhecido cortiço do Rio de Janeiro, o Cabeça de Porco. O referido local havia sido interditado a um ano pela Inspetoria Geral de Higiene. Como a medida havia sido ignorado pelos moradores, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Barata Ribeiro, organizou uma operação para destruir o local, sendo que em algumas horas o Cabeça de Porco não existia mais.
A população que vivia no local foi simplesmente abandonada pelo poder publico, sem auxilio algum. De acordo com Lilian F. Vaz, acontece uma situação inusitada, os moradores do cortiço de posse de algumas madeiras de suas casas e sem ter para onde ir, acabam se alojando em um morro próximo do local. Algum tempo depois com a vinda de soldados egressos de Canudos, a morar nesses morros começou a criação das favelas.
De acordo com o autor a legitimidade da ação no Cabeça de Porco, se deu a partir das idéias de classes pobres e classe perigosas, onde a classe perigosa é a classe pobre e viciada que espalha o terror a cidade, ou seja, mesmo não sendo criminoso o cidadão pobre torna se ameaçador pois não trabalha e vive ocioso.
Durante a leitura do texto, surge a discussão sobre higiene, onde os pobres ofereciam o risco do contagio de doenças e vícios a sociedade, pois as moradias coletivas se transformaram em focos de epidemias, alem da propagação de vícios de todos os tipos. Uma medida do governo imperial para cuidar dos assuntos relacionados a saúde publica foi criada a Junta Central de Higiene.Com a proliferação de algumas doenças nos anos seguintes criou-se “políticas públicas” para amenizar o problema de saúde na capital federal.
Nos bastidores da administração publica, as questões relacionadas aos cortiços geravam debates e controvérsias por parte dos envolvidos com o problema. Onde segundo o texto em 1864 o subdelegado da freguesia de Santa Rita e o fiscal daquela localidade entraram em rota de colisão, de um acusara o outro