Resenha do livro Cidade Febril Sidney Chalhoub

CONFLITOS SOCIAIS NO RIO DE JANEIRO NO SECULO XIX

CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial/ São Paulo:
Companhia das Letras, 1996.

Chalhoub nasceu no Rio de Janeiro em 1957, historiador e professor universitário.
Publicou dois dos seus últimos livros pela editora Campanha das Letras e entre eles se destaca
Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial lançado em 1996 e em 1997 ganhou premio Jabuti de melhor ensaio.
Cidade Febril é um livro baseado em pesquisas, onde Chalhoub faz uma investigação sobre cortiços do Rio de Janeiro no século XIX, tendo como objetivo reconstruir experiências de negros, escravos, libertos e livres em cortiços cariocas, um período do qual é marcado por muitos conflitos sociais e políticos. Está obra foi divida em três capítulos, com vinte e três seções, seu principal foco é estudar a história da Escravidão no Brasil, contendo 250 páginas.
O autor inicia seu livro falando sobre um cortiço carioca, Cabeça de Porco, do qual tinha uma parte sido interditada pela Inspetoria Geral de Higiene do Rio de Janeiro. Alguns moradores se recusavam a sair do local, pois não tinham para onde ir. Em Janeiro de 1893 começa a destruição do local, reunindo a polícia, técnicos, autoridades e funcionários da
Interdência, algumas pessoas só se retiraram quando os escrombos começaram a cair sobre suas cabeças, tentando salvar tudo que podiam. O prefeito, Barata foi visto como um herói diante da imprensa carioca do qual achavam que ele fez uma “limpeza” na cidade expulsando as classes pobres e classes perigosas, considerados sinônimos, ou seja, semelhantes.
Foram feitos vários protestos, manifestações da Sociedade União dos Proprietários e
Arrendatários de Prédios, protestos esses dos quais não surtiram nenhum efeito. Havia um grande controle de Higiene, pois todos temiam alguma doença infecciosa que alastrasse por toda população, até na metade do século XIX o Brasil via-se livre das duas pestes