Mário de Andrade
TRIUNFAL” E “ODE AO BURGUÊS”
Suillan Miguez GONZALEZ *
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RESUMO: Este artigo constitui-se como um estudo comparativo entre as poéticas de Álvaro de Campos e Mário de Andrade, a partir dos poemas “Ode
Triunfal” e “Ode ao burguês”, no sentido de oferecer uma outra possibilidade de leitura para um material poético já acirradamente analisado pelo crivo crítico. Considerou-se o signo “febril” como instrumento de verificação de vozes exaltadas de tais poesias, de maneira a revelar os procedimentos no campo estético e expressivo significativos para um momento de acentuado extravasamento literário: o Modernismo. O percurso estabelecido passa pela força das vanguardas; pela potência matriz do movimento literário essencialmente dionisíaca relacionada às considerações de Nietzsche e Eurípedes; além de abordar as relações entre Portugal e Brasil neste período, para corroborar com a perspectiva comparativa entre os poetas mencionados destes países.
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PALAVRAS-CHAVE: Álvaro de Campos. Mário de Andrade. Modernismo.
A proposta de apresentar o “febril” como signo pertinente de análise especialmente nos poemas “Ode Triunfal” e “Ode ao burguês” só tem razão de ser pela relação dos diversos movimentos vanguardistas como potencializadores para a efusão da atitude contundente na literatura do século XX; pela possibilidade ocorrida de aproximação das relações literárias e culturais Brasil-Portugal; pelos procedimentos modernistas dos poetas Campos e Andrade sob uma consciência alinhada quanto ao que queriam instaurar de novo nas culturas de recepção; isto tudo converge para que haja pertinência em analisar sob o viés comparativo os poemas e poetas mencionados.
Diante disso, tem-se como percepção efetivada a de que o desenvolvimento do Modernismo corresponde a um processo que encontrou as suas raízes em certas proposições do Romantismo e, mais diretamente, do Simbolismo, para, de certo modo, se autonomizar com as Vanguardas. Ver tal processo é levar em