Cidadania No Brasil O Trope O
Em 1881 a Câmara de Deputados aprovou uma lei que introduzia o voto direto com a finalidade de eliminar a corrupção eleitoral e responsabilizando o povo, não as elites pelo desvio, acabando assim com o 1° turno das eleições . Ao mesmo tempo que ampliava a exigência da renda para 200 mil-réis , proibia o voto dos analfabetos e tornava o voto facultativo.
Segundo Carvalho o que realmente limitou o voto foi a exclusão dos analfabetos, pois
“ somente 15% da população era alfabetizada, ou 20%, se considerarmos apenas a população masculina. De imediato, 80% da população masculina era excluída do direito de voto" (p.39).
As consequências logo vieram, pois em 1872 havia 1 milhão de votantes tendo assim 13% da população logo apos em 1876 votaram um pouco mais de 100 mil eleitores ou seja 0,8% da população. Houve um corte de 90% do eleitorado. Este retrocesso ocorreu numa época de tendência dos países europeus de ampliar os direitos políticos.
Com a lei de 1881, o Brasil caminhou para trás, perdendo a vantagem que adquirira com a Constituição de 1824. O mais grave foi que esse retrocesso foi duradouro pois a Proclamação da República, em 1889, não alterou o quadro, pois pouco se mudava em relação a Constituição de 1891, a exclusão dos a analfabetos ainda foi mantida , continuavam a não votar também os mendigos, as mulheres, os soldados e os membros das ordens religiosas. "Na primeira eleição popular para a presidência da República, em 1894, votaram 2,2% da população" (p. 40).
Somente em 1945 na eleição presidencial é que comparecem 13,4% dos brasileiros ás urnas, superando os números de 1872.
A Primeira Republica (1889-1930) não significou grandes mudanças, a descentralização tinha o efeito positivo de aproximar o governo da população, no entanto essa aproximação se deu sobretudo com as elites locais. A descentralização só facilitou a formação de sólidas oligarquias estaduais, apoiadas