Ciclos e organização curricular: interfaces entre sujeitos, saberes e práticas
Público Alvo: Coordenações da Subsecretaria de Ensino e Apoio Pedagógico
“A toda hora rola uma estória
Que é preciso estar atento
A todo instante rola um movimento
Que muda o rumo dos ventos
Quem sabe remar não estranha
Vem chegando a luz de um novo dia
O jeito é criar um novo samba
Sem rasgar a velha fantasia”
Paulinho da Viola
Justificativa
A proposta de ciclos aponta para uma reorganização do espaço e do tempo no fazer pedagógico, trazendo rupturas, buscando outras lógicas que possibilitem aprendizagens mais significativas e, neste sentido, podemos dizer que se adequam à idéia de desnaturalizar o currículo e ressignificar os conteúdos.
Além disso, é preciso entender que os ciclos estão pautados em uma concepção de aprendizagem em que o conhecimento é construído a partir de uma relação dialógica e dialética entre sujeito, meio e cultura. E que, assim sendo, cada aluno é único, com tempo, interesses e trajetórias singulares,que precisam ser respeitados e compreendidos. A organização por ciclos, com sua maior flexibilidade, pode contribuir em muito para a elaboração de uma nova configuração dos saberes em sala de aula.
Um pressuposto relevante para que essa abordagem seja bem sucedida é a autonomia que o professor deve ter para realizar seu trabalho pedagógico. Autonomia que lhe permite redefinir o planejamento, segundo suas possibilidades e limites, bem como de acordo com as peculiaridades de cada turma e de cada aluno. Autonomia que se constrói também a partir do trabalho em equipe, do planejamento conjunto, da co-responsabilidade pelos alunos, já que no ciclo não existe mais a noção do trabalho compartimentado. Autonomia que se traduz ainda no entendimento de que a escola e o currículo são construções históricas, o que implica tomar consciência da mutabilidade da realidade com a qual lidamos, e abandonar a visão estática e irrealista das instituições e das