Cibercultura e música
Com o surgimento, graças à convergência entre as telecomunicações e a informática, das tecnologias digitais, a partir da década de 70 iniciam-se globalmente mudanças históricas que derrubam muitas convenções sociais da modernidade. O desenvolvimento dessas novas tecnologias torna possível o uso de uma linguagem comum onde tudo pode ser transformado em dígitos e distribuído facilmente. Nesse ambiente de intensas transformações na comunicação, na arte e na cultura, a Internet transformou-se no meio mais popular de distribuição dos conteúdos digitais, pois torna possível uma troca fácil e rápida de conteúdos entre os usuários, que agora também tem muitas vezes o papel de produtor e mediador na rede. A música é um dos elementos culturais que mais vem sofrendo mudanças com o advento de tecnologias como a Internet e que reflete bem as transformações ocorridas com os produtos culturais como um todo na atual sociedade da informação. A música na era digital está viven¬do densas mudanças principalmente nos seus modos de produção, difusão e uso. Agora, ao contrário da cena musical moderna onde o conteúdo estava profundamente vinculado à indústria cultural, a música digital tem a forma potencial de obra aberta, compactada sob a forma de arquivo MP3, fluindo nos MP3 players, celulares e Internet. Logo, qualquer usuário da rede pode compartilhar, e produzir não só músicas como, fotos, filmes, livros, vídeos etc. Essa fácil troca e manipulação da música na cibercultura preocupa a indústria fonográfica que, por um lado, pode disseminar com facilidade a sua obra, tornando-a virtualmente acessível a milhões de pessoas sem grandes custos de distribuição. Mas por outro lado, permite que os usuários possam recuperar e usar arquivos musicais sem depender de sua mediação. Enfim, com o passar do tempo é inevitável que consumidores e até artistas independentes ignorados pela indústria musical dependam cada vez menos de seu intermédio.