CI NCIA E EDUCA O
Nas escolas portuguesas, ao nível do Ensino Básico, este assunto apenas é abordado na disciplina de Ciências Naturais do 9º ano, no qual caracterizamos as concepções e opiniões dos alunos que frequentam escolas públicas portuguesas, no final do Ensino Básico, relativamente aos OGMs.
Fernandez-Cornejo e Caswell (2006) fazem referência à existência de três gerações de OGMs, de acordo com as suas finalidades: uma primeira geração em que a variedade geneticamente modificada (GM) apresenta características reforçadas em relação à variedade não-GM, de que são exemplos variedades GM de milho tolerantes a determinados herbicidas ou resistentes a determinadas pragas; uma segunda geração em que os OGMs têm um maior valor nutricional do que a variedade não-GM, de que é exemplo o ‘arroz dourado’, uma variedade GM de arroz que tem uma quantidade maior de vitamina A; uma terceira geração em que os OGMs produzem fármacos ou sintetizam novos produtos, de que é exemplo a produção de insulina humana por bactérias transgénicas.
A população corresponde ao universo dos alunos que frequentam o 9º ano de escolaridade em escolas públicas portuguesas.
O nosso estudo envolveu 175 alunos que frequentavam o 9º ano de escolaridade em escolas públicas portuguesas. Destes alunos, 89% tinham 14-15 anos e 11% tinham 16-17 anos; 56% eram do sexo feminino e 44% do sexo masculino; 93% estavam a frequentar o 9º ano pela primeira vez.
A recolha de dados relativamente às concepções e opiniões dos alunos sobre os OGMs foi feita por meio da técnica de inquérito. O questionário foi aplicado em contexto de sala de aula, pois, segundo De Ketele e Roegiers (1993), o questionário deve ser aplicado na situação mais natural possível. Ao analisarmos as respostas dos alunos, constatámos que 97,7% dos alunos já tinham ouvido falar em OGMs.
Apenas cerca de metade dos alunos apresentou o conceito de OGM cientificamente correto, enquanto 12,2% dos alunos deram respostas que sugerem aproximação do