China investe no Brasil
Enquanto um país consumia além de sua capacidade de produção - evidenciada por um deficit em conta corrente de 6% do PIB naquele ano -, do outro lado do mundo havia um outro país ávido por suprir esse excesso de consumo norte-americano.
Produzindo mais do que sua capacidade de consumo doméstico, a China lograva escoar esse excedente, principalmente para os EUA. Até que a crise estourou e a China viu seu principal mercado importador cortar suas compras, colocando em xeque o modelo de crescimento econômico chinês, mais voltado para investimento e exportação.
O Brasil beneficiou-se triplamente do acelerado ritmo de crescimento chinês, especialmente na última década: pelo lado da abundância de liquidez mundial gerada pela reciclagem dos superavit comerciais asiáticos e as baixas taxas de inflação no mundo; pelo lado do aumento dos termos de troca relacionados à demanda chinesa por matérias-primas; e pelo lado da própria demanda chinesa pelas exportações brasileiras, sobretudo de recursos naturais.
A China passou de destino de menos de 2% das exportações brasileiras, em 2000, para se tornar o maior parceiro comercial do Brasil, em 2009. Embora a alta concentração da pauta de exportações brasileiras – notadamente minério de ferro, soja e petróleo – seja um desafio para a política comercial, não há dúvida de que para o Brasil seria interessante continuar ver a China crescendo a altas taxas.
É hora de fazermos parcerias sérias com países que não nos coloquem em um cenário atrasado ideologicamente Roberto Dumas Damas, professor de economia do Insper, sobre a importância do comércio Brasil-China
Mas isso implica pelo menos quatro pontos de observação que podem ser interpretados como risco ou oportunidade - dependendo do