charge em sala de aula
Daniele de Barros Macedo Silva
(PUC-RIO, UFF, UGF)
Introdução
Este pesquisa apresenta uma proposta do uso da charge e também das tiras humorísticas, como valioso recurso didático-pedagógico possível de ser facilmente utilizado em sala de aula no decorrer do processo ensino-aprendizagem a partir do ensino fundamental até o superior. Tal atividade requer a compreensão e interpretação da charge e das tiras, com base nas inferências que o aluno possa realizar de acordo com seu conhecimento de mundo.
Em relação à interpretação e a compreensão, pode-se dizer que as conjeturas teóricas que sustentam a estrutura e a forma que distinguem o sujeito do objeto são as mesmas que ampararam a idéia de que há uma intenção vinda de um texto. Se há uma finalidade que foi inserida no texto, há um sentido único que pode ser retirado e readquirido por meio de uma informação. Isto é, num texto há uma intenção, não sendo importante quem a produziu e sim o que foi centrado e ali conservar-se. Dessa forma, por meio da compreensão seria possível recuperar tal intenção, ou seja, retirar a original para que em seguida seja interpretada pelo leitor avivando sua individualidade e seu conhecimento de mundo.
Assim, pode-se dizer que não há compreensão de um texto sem que haja interpretação, sem a influência de um sujeito.
A interpretação é o sentido pensando-se o co-texto (as outras frases do texto) e o contexto imediato. Em uma situação “x” Maria diz que Antonio vai ao cinema. João pergunta como ela sabe e ela responde: “Ele disse isso”. Interpretando: “ele” é Antonio e “o que” ele disse é que vai ao cinema. No entanto, a compreensão é muito mais do que isso. Compreender é saber como um objeto simbólico (enunciado, texto, pintura, música etc.) produz sentidos. É saber como as interpretações funcionam. Quando se interpreta já se está preso em um sentido. A compreensão procura a explicitação dos processos de significação presentes no texto e permite que se possam “escutar”