CENÁRIO ENERGÉTICO
Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, considera “muito precipitado” falar em impactos na produção de possíveis apagões no País. Ele avalia como “muito pequeno o risco de racionamento” mas, assim como em 2013, admite a pressão fiscal e o risco de inflação diante do atual cenário. “Os riscos de pressionar o resultado fiscal e da inflação ocorrem porque o Brasil usa muitos as termelétricas”, disse. “Mas o risco inflacionário seria sentido no ano que vem porque o repasse da utilização das térmicas só ocorrerá em 2015.”
Borges lembra que, para afastar o risco de apagões, o governo tem R$ 9 bilhões em orçamento para gastar no pagamento da geração de energia térmica e em 2013, 30% delas nem sequer foram utilizadas. “Mas como a energia térmica é mais cara, tem gente que fala que a conta pode ser até o dobro este ano”, disse.
Segundo o analista do setor da Tendências Consultoria Integrada Valter De Vito, o governo gastou R$ 10 bilhões em 2013 com o custo alto das térmicas e o cenário de preços altos de energia para 2014 trará impactos na produção. “São impactos diretos na atividade econômica porque empresas intensivas em uso de energia preferem parar de produzir para vendê-la”, disse. “Outras indústrias que não têm energia contratada vão simplesmente param de produzir para não ter prejuízo.”
CustoPara se ter uma ideia do custo, na semana passada o mercado spot de energia superou o teto estimado pelo governo, de R$ 822,83 o megawatt-hora, valor mais de quatro vezes superior aos R$ 200 pagos, em média, por companhias que têm contratos