QUE FUTURO PARA OS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Deolinda Flores
Departamento de Geologia da FCUP e Centro de Geologia da UP dflores@fc.up.pt 1. Introdução
Os combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás natural - constituem a maior parte das fontes de energia primárias a nível mundial. Sendo a energia essencial ao bem-estar das pessoas e ao desenvolvimento da sociedade, tal como se conhece hoje e como se prevê para o futuro, produzir e utilizar energia de forma sustentável é vital para a humanidade.
Todos os indicadores apontam para um crescimento significativo do consumo de energia eléctrica nos próximos anos. Segundo a Agência Internacional de Energia prevê-se até
2030 um crescimento da procura de energia eléctrica de 119% no sector residencial,
97% nos serviços e 86% na indústria.
São vários os condicionalismos associados ao consumo e utilização da energia, a saber:
a) Geopolíticos - pesam enormemente no sector da energia e na disponibilidade de recursos energéticos. A Europa em geral e Portugal em particular dependem das importações destes recursos, que estão quase exclusivamente associadas aos combustíveis fósseis;
b) Ambientais - são fundamentais e, hoje em dia, a opção passa por privilegiar a produção sustentada da energia eléctrica a partir de energias limpas e fontes renováveis.
Os combustíveis fósseis apresentam numerosos problemas ambientais ligados ao seu transporte, armazenamento e combustão. Porém, as novas tecnologias, apontam para sistemas industriais cada vez mais eficientes e mais rigorosos em termos ambientais;
c) Geológicos - são preocupantes, pois todos os indicadores apontam para que daqui a cinquenta anos, quase não haverá petróleo nem gás ou que a sua extracção será muito cara, implicando preços incomportáveis.
Em 2006 os combustíveis fósseis contribuíram com mais de 80% correspondendo a maior percentagem ao petróleo (34,4%) seguido carvão (26,0%) e, por último, o gás natural com 20,5% (IEA 2008). A energia nuclear